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Rochefort: A cerveja persistente



Agora que já batemos um papo sobre as cervejas trapistas, hoje vamos falar de uma cerveja trapista que quase foi extinta. A abadia de Notre Dame de Saint Remy (Bélgica) foi fundada em 1230 pelo Conde de Rochefort e em 1464 que houve a chegada dos monges trapistas e fizeram sua morada no antigo convento. Porém, em 1568 a abadia sofreu seu primeiro impacto, tropas protestantes destruíram o monastério. Em sua recomposição, alguns arquivos falam que em 1595 o monastério começou suas atividades de fabricação de cerveja. Mas em 1650 tropas de Lorena (região da França) invadiram o monastério e o pilharam. O monastério foi reerguido e novamente destruído e confiscado durante a revolução francesa e as cervejas que, até então, eram apenas para consumo dos monges foi usada para abastecer o exército revolucionário. Então, mais uma vez, em 1887 os monges trapistas reergueram o monastério e 25 anos depois tomaram posse oficialmente. Apesar de todos esses percalços, os monges fizeram de tudo para que a cerveja continuasse fluindo, afinal de contas (para nossa alegria!!!!!) os monges levam muito a sério esse ofício. Mas, a vida é uma caixinha de surpresas e em 1918 veio a primeira guerra mundial. Os alemães confiscaram todas as instalações de cobre da brassaria dos monges e ainda após a segunda guerra mundial a cerveja da brassaria de Rochefort entrou em declínio devido a popularidade maior da Chimay (cerveja trapista mais vendida mundialmente nos dias atuais). Porém, como o que move as cervejarias trapistas é algo muito maior que lucro, os monges da Chimay ajudaram os monges da Rochefort a melhorar suas cervejas. As cervejas fabricadas pela brassaria de Rochefort são 03: Rochefort 6, Rochefort 8 e Rochefort 10. Toda a água utilizada para as cervejas vem de um poço que fica 42m abaixo da abadia, é dito que as propriedades dessa água são perfeitas para cervejas escuras e encorpadas. Basicamente a receita para as 3 são as mesmas e todas são refermentadas na garrafa. O que muda apenas a quantidade de malte e açúcar. Rochefort 6 Inicialmente feita com “propósitos médicos”, pois era servida aos enfermos. Possui um sabor e aroma menos complexo que as outras variedades, mas ainda assim é uma perfeita pedida para os iniciantes nas cervejas mais encorpadas. Seu aroma e sabor remete notas de caramelo, biscoito e frutas passa vai muito bem harmonizado com risoto ao fungi ou cordeiro assado e até mesmo numa sobremesa como bolos de frutas.

Rochefort 8 A Rochefort 8 foi a última cerveja a entrar para o trio Rochefort. Pouco mais densa que a Rochefort 6 e com aromas mais ricos e complexos lembrando caramelo, chocolate ao leite e notas fenólicas de cravo e especiarias. Harmoniza muito bem com sobremesas de chocolate, fiquem a vontade para caçar seu chocolate favorito e harmonizar com essa bela cerveja!

Rochefort 10 A Rochefort 10 veio logo após a modernização da cervejaria com a ajuda da dos monges da Chimay. Bastante complexa e densa, com poderosos aromas de chocolate, café ao leite e biscoitos recém assados. O álcool aquece bem a garganta satisfazendo apreciadores de uísque e vinho. O seu retrogosto frutado com traços de café é bem longo, o que pode ter certeza que vai te fazer apreciar essa cerveja por mais de 1h (cronometre e veja que estarei falando a verdade!). Essa cerveja pode ser guardada por 5 anos, evoluindo seu sabor com o tempo. Alguns arriscam mais tempo. Afinal, cerveja é um ser vivo! E a beleza da guarda é sempre ter uma surpresa ao abrir a garrafa.

Vale lembrar que as prateleiras do Palato tem todas essas cervejas! Fique à vontade para degustá-las.


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